Pouso uma mão na outra. A sensação desperta a memória. Os corpos contam histórias. Os corpos contam sonhos vividos e sonhos perdidos nas suas sinuosas curvas. Piso com cuidado, de pés descalços, o solo quente e macio do meu templo interno. E vozes sopradas de milhões de moléculas, células cantoras, em mel vertem sons... composições sagradas, textos de luz, escritos nas suas paredes ainda por desvendar.
Acordo para dentro. Acordo imersa nesse mundo que parecendo um sonho, é mais real que qualquer realidade. E o fluir de aceitar sentir toma-me os passos, anima-me de coragem para caminhar na orla deste universo, que é o meu. Um abismo de Ser, que onde começa, acaba, sem frangilidade ou apego. É o corpo que me acolhe em simplicidade, honrado com a Presença do que Sou. Recebe-me grato, contendo-me em doçura, candura, serenidade. E quando o coração é essa calma que aceita, é paz e graça, a retribuição deste voto de confiança mútua.
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