11 setembro 2012

joie de vivre

bebe-se do som, do ondulante latejar das moléculas que se reorganizam na matriz, para reproduzirem em matéria o conceito da alegria. reconheço a textura da palavra, o paladar e a frescura que deixam a pele deleitada.

na alegria perdem-se as memórias - que são passado - e conta apenas o presente... apenas a escolha consciente por vivê-la. e deveria ser uma escolha simples, natural, óbvia,... contudo surgem tantas reticências, medos, bloqueios, devaneios infantis, contos infundados que planteiam o solo fértil do agora, com imagens do que foi...

a luta é colossal. ergue-se toda a água da memória em tsunami, repetitiva, esgotante, e perante ela apenas uma gota dourada se levanta, persistente no seu brilho, firme na sua vontade, pronta para carregar com o seu código único o gérmen de um novo estado de intensa doçura que dissolve toda a mágoa, todo o medo, toda a sombra, em ondas de carinho que se espraiam e renovam conquistando suavemente a Kali revoltada.
como uma flor que desabrocha, um cisne que brandamente desvela a água pura, a alegria conquista espaço, serena e recetiva, sem pressa nem propósito, limita-se a Ser e a Preencher a taça nobre do coração.

e é uma escolha, intenção, meigo desígnio, hábito a conquistar, vocábulo  melífero que deve saturar os sentidos, sorvendo a mente e os medos, deixando-os sem escolha, sem chão, cativos do seu intento.

no hoje a coragem foi-se de escolhê-la. no agora ela verte-se vitoriosa nestas palavras.. esta é a matéria da alegria... submete tranquila a vontade de quem escolhe vivê-la!

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