01 junho 2012

pétalas de jacarandá

 ontem
a brisa enrolava as pétalas
que num tapete violeta
sopravam um sonho
dissolvendo-o em tragos
de fumo e de cor, perdidos
 no medo de me deixar ir
no medo de me entregar
no medo de me magoar
no medo de dar em vão
...

o medo é a escolha certa
para manifestar o que não se quer
marejar de olhos embaciados
.....

agora
são estames dourados
brilho de flor
rolam, voam, flutuam
metarmofoseiam-se
numa luz nova
lançando o ânimo de Ver
o fresco
...
prefiro ter medo de dias felizes
medo de rodopiar
medo de me sentir leve
medo da alegria
...
e permitir que sejam estes
os medos
que se soltam em cristalinos lilás
da singela gruta
do meu coração

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