02 fevereiro 2012

ser com som

  toco a serenidade
do momento,
instante em que cedo a mim mesma,
e me reconheço no rosto,
traço de expressão,
de todos os espelhos
em que tenho o privilégio
de ver reflectida

faz jus
à minha melodia,
timbre do meu ser,
que se molda em novos acordes
sempre que ressoa
no contacto de outra luz,
outra pele

vibra esta corda interna,
empática com uma outra música interior,
e envolve-se no conhecer
de um novo som
que acresce,
expande,
ilumina sombras violáceas,
de fogo por brilhar,
em chamas catárticas

e o frémito 
que se repercute
na entoação única do meu ser
renova-se
a cada célula que nasce
e que recorda a vibração,
memória síntese,
que emite o tom
de quem sou

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