30 janeiro 2012

eternidade

 vida.
palavra com som dentro,
na qual refugiamos esperanças,
emaranhamos temores,
dissolvemos soluções.
que faríamos da vida
se os seus dias 
não tivessem tempo?
que faríamos da geometria do ser
sem contarmos segundos,
e guardarmos memórias?

morte.
palavra com medo dentro.
que seríamos nós sem ela?
o que pode ser a morte, 
senão outra vida?
faria sentido a eternidade?
se soubesse hoje que sou imortal,
que sou eterna,
que já não mais a morte me assombra...
que faria?
haveria esta vontade,
esta paixão em vivenciar,
em deglutir experiências?

haveria tempo...
sem urgência.
e se sou já perene,
para quê a pressa?
já estou onde queria chegar.

0 comentários: