As nossas emoções são Água. Água pura.
E tal como a água elas podem adquirir três estados.
Podem ser frias, e cortantes como o gelo;
podem ser fluídas como a água de um rio;
ou podem evaporar-se e tornar-se leves como o vapor de água.
O problema do gelo, é a não assumpção do sentimento.
Quando as emoções estão desligadas de nós (aparentemente),
somos frios, distantes... o gelo não se liga aos outros...
ele pode ser cortante! Contudo, o mais triste no gelo é que ele pode partir-se.
É pois no seu próprio estado de reserva que se encontra a sua maior fragilidade!
As emoções cristalizadas têm de aprender a fragilizar-se,
As emoções cristalizadas têm de aprender a fragilizar-se,
tem de aprender a literalmente derreter-se, deixar-se fluir, deixar-se sentir, deixar-se chorar.
E as primeiras experiências de degelo serão naturalmente intensas.
Um novo estado! Uma emocionalidade que arrasta e que pode levar tudo atrás.
Contudo esta nascente que brota do interior, traz consigo a pureza e a promessa de um estado mais subtil. Por vezes esse rio de emoções flui sereno, outras cria rápidos, remoinhos, quedas d'água,
mas algum dia desembocará sereno no mar.
E é com calor, com coragem, com o coração grato em acção,
que essa imensa água emocional começa a evaporar e a ganhar leveza...
Nesse estado, a emoção tudo envolve sem afectar demasiado, sem perturbar demasiado...
Se surgir uma perturbação ela pode condensar um pouco e tornar-se por instantes fluída...
Contudo, tendo nós adquirido o conhecimento do processo,
podemos facilmente voltar a aligeirar o que sentimos e a trazer comunhão ao sentir.
É na beleza desta água sempre presente e ligeira, que reside a maior possibilidade de partilha equilibrada e harmoniosa... sem condensações, nem cristalizações.
O Amor é o calor que tem até o poder de sublimar o gelo mais ancestral...
é só permitir que ele faça parte de quem somos, e nos torne coerentes connosco mesmos.
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