sou de um Tempo, que mede contos, não minutos.
lampejos que definem estados de vida,
entre o cinzento dos dias que se olvidam.
sou de um Tempo, que conta gotas de orvalho
em manhãs felizes.
em que se tece a matriz da vivência em tragos de luz,
e em tragos de sombra que espelham o contraste do reconhecimento.
sou de um Tempo, sem Cronos.
deita-se num recanto de cor a deidade que descansa os seus minutos vãos.
sou de um Tempo, de agora.
que sente contudo, o ontem tanto,
e que suspira o porvir com alento.
sou de um Tempo, que tempera.
debruçada na janela do cosmos,
que nasce na minha mente,
sinto o vibrar, das águas que convergem em elixir.
sou de um Tempo, que constrói muralhas de pétalas,
espirais de som criativo, contornos de amor.
sou de um Tempo, que no Tempo se perde,
e a palavra memória é transparente,
sem fundo, conteúdo ou semente.